quarta-feira, 13 de agosto de 2014

DESDÉM

Na ponta do caco
Ainda conseguia ver
O que havia restado
Da antiga imagem.
Arrumou-se como pode
Escolheu, no fundo mofado
Da caixa cinza,
Guardada com desleixo
Embaixo da cama,
O menos roto sorriso,
Envergou-o com decisão.
Aprumou-se.
Saiu da maneira que estava.
Leve, flutuou por entre os véus.
Não olhou para trás.
Agora, só existiria o futuro.
Ainda bem!
Passado e presente,
Humiliados,
Choraram com seu desdém.

2 comentários:

Manuel disse...

Este poema é pouco metafórico.
A singeleza das palavras levam-nos aonde a nossa imaginação quiser.
Bom poema!

ANTONIO CAMPILLO disse...

Sí, Gisa, poner orden en presente y restañar el pasado es un trabajo para realizarlo con decisión aunque para ello tengamos que desmontar con prontitud, riesgo y dolor el desorden de lo que estaba mal establecido.

Un cariñoso abrazo, querida Gisa.