segunda-feira, 4 de novembro de 2013

FESTA

Entro na sala pouco iluminada.
Percorro todos os cantos
Olhando cada um dos espelhos
Com muito cuidado.
Busco freneticamente
Minha imagem real.
Encontro fragmentos
Do que fui, do que sou
E, talvez, do que serei.
Nenhum no mesmo reflexo.
Grito o mais alto que posso.
O barulho de estilhaços,
Que se segue,
É ensurdecedor.
Respiro fundo e lanço-me
A procura dos cacos corretos.
Tenho até o final da tarde
Para compor o quebra-cabeças
Que me tornei.
A festa não tarda
E a música, não espera.
Haja o que houver,
O encantamento deve continuar
Nunca me esquecerei disso.


4 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Gostei!
Boa tarde Gisa

tenha uma excelente semana.
beijo

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

ANTONIO CAMPILLO disse...

No, Gisa, nunca se olvida esa multitud de imágenes que escuchan con atención una música que viene de lejos, muy lejos y que hace que la multiplicidad de imágenes reflejadas en miles de espejos posean cada instante más belleza, más pasión, más ganas de vivir la eterna aventura de la duplicidad. Quien se refleja en los espejos posee cada día más encanto y es admirada con tanto amor que se convierte, en instantes, en deseo apasionado que la envolvería eternamente.

Un inmenso abrazo, querida Gisa.

Manuel disse...

Melancólico e intimista.
Belo na essência e na forma!
Adorei.

Andradarte disse...

Encontremo-nos......
Beijo