terça-feira, 30 de julho de 2013

MÃE BOBA

HOJE ESTOU TODA BOBA!

O HENRIQUE FERREIRA DO BLOG




MEU QUERIDO AMIGO,

PUBLICOU NA SUA NOVA SEÇÃO

"BUÉ DA FIXE"

UM TEXTO DE MINHA FILHA VALÉRIA

"O QUE PERCEBI HOJE"

(VEJAM AQUI).

A VAL E A BEL, MINHAS FILHAS GÊMEAS,

TAMBÉM SÃO APAIXONADAS POR ESTE MUNDO

DA BLOGOSFERA E POSSUEM UM BLOG DE MODA

MUITO BEM CUIDADO E ATUALIZADO:


SE QUISEREM CONFERIR DEEM UMA PASSADINHA

TANTO NA NOSSA QUERIDA TRAVESSA,

QUANTO NO 4 AMIGAS E A CIDADE

NOS LINKS COLOCADOS ACIMA.

SERÁ UMA HONRA PARA NÓS!

BEIJOS DA GISA




MASSAGEM

Delicadamente,
Moldava carícias
Com mãos de tecido.
Toques sutis
Pressionavam,
Ora aqui,
Ora ali,
Produzindo um resultado
Belo, quase irretócavel.
Deixava, ao longo da pele
Que lhe era entregue,
Marcas das finas garras
Que retaliavam,
Sem serem percebidas,
Depositando o fino veneno
Nos pontos mais vitais
Da iludida vítima.
Néscia coitada!
Continuava sorrindo agradecida.
Algumas pessoas são incapazes de entender
O poder dos simulacros.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

VADIA

Desprezível e ignorada por todos, era egoísta. Levava a vida apenas para sua doentia satisfação pessoal. Criava conceitos, bem fundamentados, para justificar-se ao menor sinal de espanto. Tinha habilidade com ideias e as palavras, saindo de sua boca, transformavam o estúpido devaneio na mais crível realidade. Todas as manhãs vestia a pesada carapaça e saia em busca da próxima presa para alimentar o seu ego. Um dia essas iriam acabar, pensava enquanto deliciava-se com mais uma nova refeição, mas até lá...

domingo, 28 de julho de 2013

SIGNIFICADOS

Olhar.
Pupilas abertas que desvendam o mundo externo
Através da dança entre luzes e sombras.
Calor.
Sensações térmicas que em ondas invadem todos tecidos
Causando uma agradável elevação do pressentimento.
Excitação.
Pequenos furacões, turbilhões e terremotos,
Chegados sem espera pelos lados mais inusitados.
Contato.
Extensão de áreas, junção e mistura de peles
Em movimentos contínuos, compassados ou não.
Sensações.
Pequenos choques ocasionais nas mais diversas partes do corpo
Trazendo gozos fátuos.
Prazer.
Explosão de tudo ao mesmo tempo na intensidade da luz
Com direito a manifestações orais variadas.
Saciedade.
Letargia, sorriso mudo, formigamento,
Eletricidade que se dissipa no nada.
Sonhos.
Figuras que se confundem com a realidade
Ocasionando dúvidas eventuais, plenas de significados.

sábado, 27 de julho de 2013

HISTORIETA

Tiveram o início dissimulado pelos desejos mútuos.
Atravessaram o caminho das carícias repletos de ais.
Chegaram ao ponto médio vazios de sensações.
Como é que só foram perceber que era o fim 
Quando o cenário tombou?

sexta-feira, 26 de julho de 2013

BORBOLETAS

Quando se lembrava, sorria.
As cores tênues ainda acariciavam seu corpo
E os perfumes seguiam dispersos no seu entorno.
Fechava os olhos sentindo os arrepios dos beijos, dos toques...
Deitou-se em silêncio para acalmar as borboletas
Pobres!
Voavam agitadas em seu estômago.
Será que um dia compreenderiam
Que aquela teria sido a derradeira vez?

quinta-feira, 25 de julho de 2013

AMOR...

Hoje recebi um pedido para escrever sobre o amor. Sempre fugi de escrever sobre esse tema diretamente, ele me assusta e constrange por dois motivos: primeiro, tenho medo de cair no lugar comum e me tornar uma tola; segundo, acho que não faço a mínima ideia como deveria executar esta tarefa. No entanto, não escrever seria me curvar ao impossível e isso eu não tolero.

Gosto de desafios. Gosto do incerto. Gosto do frisson da dúvida. Assim, amo. Amo? Bem já é um início, comum, mas início, o amor desperta sensações de conforto e desconforto, pronto!

Sigamos.

Detenho-me na palavra: AMOR. Olho seus contornos arredondados e obtusos entendendo que essa junção também faz o amor, graficamente, mas faz. Amor, portanto, lembra mistura. Mistura lembra amálgama. Amálgama, calor. Calor, aconchego. Sim, aconchego se encaixa nas diversas facetas do amor, portanto serve para descrevê-lo.

O que mais?

Energias, de preferência convergentes! Amar sozinho não é amor. Precisa de troca, assim, no mínimo dois. E o amor próprio? Viu a dificuldade? Amor próprio depende de um só, oras! Voltemos as energias. Para haver amor necessita-se de uma energia positiva, sendo em relação a si próprio, seja em relação ao outro e essas energias positivas se atraem criando um campo magneticamente muito bem acabado. Quando há sintonia, há amor. E salve a Física!

Do amor conjugado, prefiro no presente do indicativo. Já pensou no pretério mais que perfeito?! Distanteeeee! Muito triste. E no pretérito perfeito, que de perfeito não tem nada quando se trata de amor...

Bem, o amor lembra rimas, flor, dor, ardor, rancor... Não vou enveredar por aí, muito batido!

E se eu disser a primeira palavra que me vem à cabeça com a ideia? Tentemos. AMOR! COR! É, até pode ser. Amor rosa, doce. Vermelho, paixão. Azul, frio. Verde, verde, verde...? Sei lá!

É não funcionou. E agora, como vou acabar essa loucura? Serei sincera: não sei escrever sobre amor. PONTO FINAL! 

Decidida eu hein? Garanto que ninguém vai revidar, pois afinal, vocês são uns...amores!
Ai, ai! Amei!
Um beijo com muito amor é claro!
Gisa

quarta-feira, 24 de julho de 2013

VOCÊ

O que você sabe sobre você mesmo?
Sim, isso mesmo.
No fundo, bem fundo.
Os segredos que não confessa.
Os planos que põe em prática ( ou não...)
O rosto sem máscaras,
O corpo nu...
Quem é você?
O espelho lhe conhece?
Garanto que não.

terça-feira, 23 de julho de 2013

FICHA

Nome: Frio
Cor: branca
Estado: gelo
Sensação: zero
Qualidade: beleza
Defeito: dor
Objeto: lareira
Bebida: vinho
Prazer: chocolate
Local: tapete
Adereço: cobertor
Oferta: eu
Necessidade: você

( ) aceito
( ) não aceito

ENVIAR

segunda-feira, 22 de julho de 2013

TOTEM

Na noite sem lua,
Desbravou os véus
Que pendiam das árvores
Chegando à clareira.
Com o brilho das estrelas
Vislumbrou o totem
Que se erguia rijo,
No meio do espaço vazio.
Tomada por intensa sacralidade,
Ajoelhou-se diante do monumento
Em sinal de adoração.
Impelida pelo som dos ventos
Entregou-se à frêmita necessidade
De reverenciar ao divino.
Acariciou-o com cuidado decrescente.
Rolou em seu entorno,
Rodopiou ao seu comando,
Riu e gemeu,
Experimentando cada ângulo possível
E impossível...
Vibrou ao ver a explosão do inevitável.
Bebeu do leite lançado ao céu
Em incandescente jorro.
Fugiu o mais rápido que pode.
Não suportaria o que viria a seguir.
Sabia disso...

domingo, 21 de julho de 2013

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Primeiro amor:
"Meu estômago vai explodir!"
Primeiro beijo:
"Da onde surgiu esta língua?"
Primeira decepção amorosa:
"Vou morrer...!"
Primeira transa:
"Pronto! Foi! Agora é entender como se aproveita."
Primeiro orgasmo:
"Aiiiiiii...é assssssiiimmmmm..."
Primeiro carro:
"Se apagar no sinal. Saio do carro e finjo que não é comigo. Depois mando o guincho."
Primeira viagem com o namorado:
"Droga! Agora todo mundo vai saber que eu dou!"
Primeiro emprego:
"Consegui!"
Primeiro salário:
"Shopping!"
Primeiro casamento:
"Até que a morte os separe!"
Primeiro filho:
"Doutor, eu quero parto normal."
Primeiro parto:
"Doutor, faça alguma coisa! Aiiii... Eu não lembro do nome! Aiiiii...algo com César! Aiiii... Faz logo!  (mais gritos)."
Primeiro choro:
"Fraldas. OK. Mamada. OK. Está quentinho? OK. Por que chora então?  (choro conjunto)."
Primeiro Dia das Mães na escola:
"Este é o porta-lápis mais lindo da minha vida! Obrigada! (lágrimas)."
Primeiro divórcio:
"Enfim, só! (sorrisos nervosos)."

sábado, 20 de julho de 2013

GAIOLA DAS LOUCAS

HOJE ESTOU COM AS MINHAS


NO BLOG

GAIOLA DAS LOUCAS,

CONDUZIDA PELAS MÃOS DA INAIE,

UM PRAZER, INENARRÁVEL!

QUEM QUISER DAR UMA ESPIADA

PASSA AQUI

OBRIGADA!

BJS A TODOS!

BOM FINAL DE SEMANA!

GISA

sexta-feira, 19 de julho de 2013

CÚMPLICES

Tudo parecia normal.
Sorrisos,
Conversas casuais.
Nada era percebido,
A não ser pelos olhos.
Faíscas escapavam 
Entre uma piscada e outra.
O fogo queimava
Deliberadamente
Sem que ninguém visse.
Tinham um segredo,
Eram cúmplices...

quinta-feira, 18 de julho de 2013

PERSONALIDADE

É para não fazer?
Faço.
É para não querer?
Quero.
É para não poder?
Posso.
Do contra?
Sempre!
E até as últimas consequências.
Incorrigível.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

TRÁGICO

Olhou o sinal:
"Vermelho."
Distraiu-se com os passantes,
Cruzando a rua rapidamente.
"Atitude típica das grandes cidades...
Pressa, sempre..."
Sinal?
Vermelho.
Relaxava ouvindo a música.
O tempo não passava.
Estava atrasada já.
Com certeza!
Vermelho, vermelho!
"Inferno! Isso não muda? Emperrou!"
Tentou cantar a melodia.
Não conhecia a letra,
Mas improvisava.
Era boa nisto, improvisos.
Lembrou dele.
Dos beijos,
Do calor,
Da despedida,
Da porta se fechando...
A lágrima refletiu a luz verde do farol.
Seguiu em frente.
Era o melhor que tinha a fazer.
Não sentiu a colisão.
Morreu antes da ambulância chegar.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

DIREITOS

Deixei ir.
Não me importo mais.
Afinal se ficasse
Nunca seria igual.
Guardarei para sempre
Os perfumes, as sensações, os sabores,
Os sorrisos, as trocas,  os murmúrios...
Recheados de nós.
Isso sim me pertence
E não abro mão!
Sou muito ciente dos meus direitos!
Nem pense em me contestar!

domingo, 14 de julho de 2013

CONFUSÃO

Hoy yo quiero volar
Like a dreamer
Je veux fermer mes yeux
Je t'écoute
Beside me.
Me voy a bejarte todo!
Esperame...
Wait...
Attends-moi...
Aguarda...

sexta-feira, 12 de julho de 2013

MEUS AMORES!

HOJE É UM DIA ESPECIAL

MINHAS MENINAS FAZEM 17 ANOS!



VALÉRIA


ISABEL



PARABÉNS GURIAS!

CONTINUEM SENDO ESSAS MENINAS MARAVILHOSAS, INTELIGENTES, AMOROSAS, DEDICADAS, ESTUDIOSAS, DELICADAS, BLOGUEIRAS, ATENCIOSAS, AMIGAS, DOCES QUE VOCÊS SEMPRE FORAM!

VOCÊS SABEM QUE MORAM NO MEU CORAÇÃO

BEIJOS!

MÃE


quarta-feira, 10 de julho de 2013

ASSOMBRAÇÃO

Sou inteira.
Gosto do todo.
Metades, frações, partes...
Desprezo-as!
Como boa egocêntica,
Estou no centro.
Meu campo gravitacional
É intenso.
Atraio o que eu quero
E o que não me interessa,
Explodo.
Levo meus atos ao extremo,
Sou de bordas...
Fios de navalhas,
Despenhadeiros,
Muito me interessam.
Viro cabeças para meus alvos.
Cuidadosamente iluminados
Por holofotes.
Condenso e evaporo
Na velocidade da minha luz interior.
Ninguém conhece minha verdadeira face.
Posso estar agora, aí, ao teu lado.
Cuidado...

terça-feira, 9 de julho de 2013

DESCARTÁVEL

Em um túnel de espadas,
Colorida de dourado
Dançou ao rei sol.
Em meio a reverências,
Apresentou-se de ímpeto
Aos olhos esbugalhados de inveja.
Era a preferida,
Sabia disso e se regozijava.
Ninguém a poderia atingir, ria.
Desenvolvia-se com desembaraço.
Graciosa, girava o corpo hipnotizando
Quem se atrevia a olhar.
Achava-se plena,
Superior aos demais.
Decepcionou-se quando percebeu
As primeiras chamas.
Queimou, diante de todos,
Ao pimeiro toque de posse do amado
Consumiu-se sem cessar
Até que cinzas virasse.
Foi soprada ao vento e descartada
No mesmo instante que outra bailarina
Adentrava, sob sonoros aplausos,
No luminoso túnel de espadas.

domingo, 7 de julho de 2013

ALICE?

 Saía cedo de casa, sempre no mesmo horário, mas mesmo assim acabava por se atrasar. Um dia era o trânsito, o outro, um acidente, o outro, uma lembrança doce que merecia ser de-gus-ta-da... Naquela segunda, apesar de tudo, as coisas não pareciam diferentes. Com o mesmo ar de normalidade cotidiana acordou às seis, bebeu o fraco café com dois biscoitos (manter o regime era fundamental), vestiu-se de forma inapropriada para o clima (não conseguia acertar nunca!) e saiu para o trabalho.
No carro, ligou o rádio. “Hummm, AQUELA música...”. Cantava melancolicamente a trilha sonora do seu pior momento. “Que final de semana...” pensou. Conseguiu trancar a lágrima que já se insinuava pensando no lugar mais comum dos pensamentos: o tempo! Em uma rápida análise do entorno ficou apreensiva, “O tempo já está se armando. É chuva na certa...Droga! Meus sapatos de camurça novos vão estragar! E eu nem paguei a primeira parcela...” Enfim, o que não tem remédio, remediado está, já dizia sua vó. Concentrou-se no trânsito.
Foi passando pela praia que avistou a primeira luz. Vinha forte, lá das bandas do mar. “Um espelho refletindo talvez”. Seguiu pela avenida que contornava a orla. Nova luminosidade fez-se notar, agora vinda de três direções, do mar, da areia e do céu. Pareciam canhões de luz, desses que se usam nas festas de final de ano. Três feixes brancos e intensos que venciam a luminosidade do dia nublado brincavam no ar e diante de seus olhos. Estacionou.
Saiu não acreditando que havia parado por aquela bobagem! Iria se atrasar feio e seu chefe iria ficar louco! “Dane-se o chefe!”, riu com a insolência. Descalçou os sapatos e os guardou no carro. “Pelo menos não iriam estragar...” Pisou firme na areia grossa.
As luzes pareciam que se cruzavam em um ponto determinado bem na beira. Foi com cautela que se dirigiu para lá surpresa de que ninguém mais havia percebido este movimento monocromático. Bingo! Todos os clarões uniam-se em um mesmo ponto. “Vinham de onde?” Parecia que esta pergunta era boba, sabia que deveria se concentrar no ponto de intersecção reluzente no solo. Sentou-se bem no meio e olhou o horizonte. Não sentia medo, sentia paz. A areia era mole e, em poucos instantes, foi tragada totalmente pela terra.
Caía rápido, escorregando por paredes que nunca imaginara que pudessem existir. Sempre gostara da história de Lewis Carroll, mas isso já estava ridículo. Olhos a acompanhavam por todo percurso podia os perceber como pontos de luz no breu. “Seriam eles os responsáveis pelas luzes dançantes lá de cima?” Aterrissou de forma leve em um suntuoso ambiente. “Agora só faltava o coelho gritando : - É tarde, é muito tarde!”.
Olhou em volta. Espelhos por todos os lados fechavam o espaço arrendondado. Tochas serviam de iluminação. O ar, irrespirável, a ofertava com uma sensação claustrofóbica. Ficou em silêncio tentando não se agitar para continuar respirando. Eles estavam lá. Os olhos que a acompanharam na descida estavam espalhados por toda volta. Todos não a perdiam de vista. “O que queriam? Quem eram?” Não sabia o porquê mas sabia que não deveria perguntar. Sem respostas permaneceu muda.
Uma música soou suave, doce. “Aquela música de novo?! Impossível!”. Diante de tal quadro esboçou um sorriso débil “O que seria mais impossível do que aquela situação?”. Ouviu a melodia e deixou-se levar. Dançou. Dançou intensamente.
Seus braços começaram a ganhar vida levados pelas mãos. Ondas sinuosas estremeciam o tronco que não pensava em interromper a energia que circulava entre as duas extremidades. Com movimentos compassados, exigiu que as pernas a acompanhassem e começou a se desprender do solo acabando, finalmente, por ganhar o ar. Com a convicção que nada a impediria, lançou-se em todas as direções apenas usando os sons como escadas. Subiu pelos acordes, rolou pelas notas, deslizou nas pautas. Alcançou as tochas com seus cabelos soltos, livres. Escalou as paredes úmidas, levitando ora aqui, ora ali. O ritmo frenético que se impunha pelos sons fez com que a roupa colasse ao seu corpo acentuando-lhe os contornos suaves e cada vez mais translúcidos. Desapareceu no meio instante em que os olhos piscavam.
Acordou atordoada na areia, pálida e com a certeza que não deveria ter aumentado a dose do antidepressivo sem ordem médica. Afinal tudo um dia acaba. Acabou. Deveria seguir sua vida em carreira solo. Ele tinha sido bem claro, “Nunca mais me procure...”. Agora não adianta surtar. A vida segue e “la nave va”...
Respirou fundo, levantou-se, sacudiu a areia da roupa e preparou-se para o sermão que ainda teria que ouvir no trabalho. Foi até o carro e no instante em que calçava os sapatos, a chuva começou intensa. “É Alice, tudo ainda pode piorar...”. Seguiu pensando em uma boa desculpa.
Os olhos continuavam a observando, mas decidiu não mais ligar para isso.

(Uma crônica para variar. Espero que tenham gostado. Beijos Gisa!)

sábado, 6 de julho de 2013

DESENHO

Na minha rua de papel
Deixo pegadas coloridas
De lápis de cera.
Desenho percursos
Ora lineares,
Ora sinuosos
Que levam a todos os lugares,
Sem chegar a nenhum.
Flores de hidrocor
Brotam nas bordas do passeio.
Sóis e estrelas compartilham,
Com a lua em festa,
os pasteis do céu irreal.
Pássaros de origami,
Meticulosamente colados
Aqui e ali,
Entoam seus cantos
Para que as luzes do imaginário
Façam seu bailado descuidado.
É,
Tudo é belo
Enquanto o aguaceiro não cai
Manchando os contornos.
Aproveitemos enquanto é tempo.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

ALÍVIO

O que não posso falar, penso.
Em ondas frenéticas, meu cérebro
Tenta desvendar os caminhos.
As idas e vindas estão em absurda confusão.
Não sei por onde começo,
Tampouco se devo encerrar.
O sol irá se erguer em minutos
E ainda não sei qual é a máscara mais apropriada
Para enfrentar o dia.
Quero chorar, mas as lágrimas não se importam mais comigo.
Quero morrer, mas a morte desistiu de mim há muito.
Quero fugir, mas não tenho mais forças.
Deito em silêncio e aguardo o nada me consumir devagar
Irei embora sem nunca ter chegado.
Tudo seguirá o infernal cotidiano
Que finalmente se cansou da minha figura.
Alívio.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

SIMPLES ASSIM

Fui feita para voar. Não me encaixo bem em possessivos, tampouco quero alguém de minha propriedade. A vida é uma, até que me provem o contrário. Vivo todos os dias o mais intenso que posso. Sei que cada minuto passado é passado. Sou feliz, sou infeliz, sou indiferente, mas sou. Egoísmo às vezes faz bem. Mando no meu mundo. Não devo satisfações a ninguém. Não exijo explicações de ninguém. Gostem de mim, ou não, sigo meu caminho de voltas e danças, de saltos e quedas. Sigo, simplesmente sigo.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

IGUAL

Mais uma vez:
Engano.
As mesmas dúvidas de sempre:
Onde foi que eu errei agora?!
Desenlace conhecido:
Afastamento.
Sentimento usual:
Frustação.
Gosto:
Amargo
Moral da história:
Mais uma lição.
Pergunta que não cala:
Um dia irei aprender?

terça-feira, 2 de julho de 2013

INSTANTE

Em rápidos instantes, decorei teus contornos, sob teu cuidadoso olhar.Senti teu toque esquadrinhando meus desejos e os acalmando. Um a um. Tua fala mansa. Teu corpo quente. Tua língua ágil. Tua virilidade pronta a me levar para onde sempre imaginei ser possível chegar. Agora passou. Entraste na bruma e sumisses na tênue luz do abajur. Restei só. Não me arrisco a decifrar a magia. Necessito sucumbir ao encantamento do silêncio. Estou quase lá.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

SENSAÇÕES

Vestida de sensações
Saiu às ruas.
Distribuía arrepios aos passantes.
Em alguns casos, intuía ser necessário
Um pouco de coração em disparada
Em outros, boas doses de suspiros.
No decorrer do passeio
Viveu intensamente cada passo
Cada encontro 
Com elevadas doses
De uis e de ais,
Muito calor e calafrios
Ocasionais...